quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Meia noite em Paris - O filme. Ler ao som de I Love Penny Sue


Os filmes de Woody Allen são sempre uma viagem, mas isso é tema pra ser abordado em outro momento, este post será dedicado a uma obra à parte, cheia de encanto, beleza e magia, deste filme em particular. A fotografia e trilha sonora do filme já é um espetáculo à parte, porém quero me concentrar em falar sobre  o principal tema abordado no filme: CRISE DE IDENTIDADE. Quem já não passou por aquele momento de sair caixinha de sua própria vida é não reconhecer a si próprio ali dentro. Seus sonhos, objetivos mais antigos foram deixados de lado, e de repente eles voltam à tona tão intensamente que você sente até o cheiro, o gosto daqueles sonhos e chega a vivenciar uma pontinha deles e percebe que seria possível se você não tivesse tomado à decisão mais fácil, ou melhor remunerada, ou que agradasse seus pais, amigos, filhos... Enfim você olha pra si mesmo dentro da caixinha e faz as contas de quantos anos você passou numa vida que não planejou, ao lado de pessoas que você não escolheu (falo da essência delas), frequentando lugares que você não identifica, trabalhando no emprego chato e construindo projetos sobre bases que nada tem  a ver com aqueles monólogos ou diálogos de infância/adolescência  em que você tinha já tudo planejado pra sua vida e ela seria tão mais simples e feliz, com sabor de chuva, cheiro de terra molhada, com a cor azul de fundo, ao som de correnteza de rio.


Esse filme me inspira a rever os sonhos guardados, pois a vida é única e breve e ela deve ser vivenciada á minha maneira e não simplesmente protegida pelo acaso. É claro que uma decisão assim envolve muita coragem, renuncias e efeitos colaterais, mas Woody Allen deixa implícita a pergunta: Qual o preço da felicidade?

"é isso que o presente é.É um pouco insatisfatório, porque a vida é insatisfatória - citação de Gil no filme" 

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